16 ago Alguns dados e estatísticas sobre a área médica no Brasil
A área médica no Brasil tem passado por transformações significativas ao longo dos anos, refletindo avanços na formação, especialização e distribuição de profissionais pelo país. Um estudo recente revelou que o número de médicos especialistas cresceu 84% na última década, um indicativo da evolução e da diversificação das competências médicas no Brasil. Em 2023, o país contava com uma taxa de 2,6 médicos por mil habitantes, um número que, embora tenha dobrado em 20 anos, ainda é menor do que em países mais desenvolvidos. A desigualdade na distribuição desses profissionais permanece como um desafio, com regiões como o Norte e o Nordeste ainda carentes de médicos, enquanto o Sudeste apresenta uma superconcentração de especialistas.
Área médica e o sistema judiciário
Além disso, a judicialização da saúde tem sido um fenômeno crescente, com o Brasil registrando 573.750 processos relacionados à área médica, o que resulta em uma média de 1,02 processos por médico. Este cenário destaca a complexidade do ambiente legal em que os profissionais de saúde operam. Outro aspecto preocupante é a segurança do paciente, com quase 300 mil incidentes reportados envolvendo falhas na assistência à saúde em 2022, segundo dados da Sociedade Brasileira para a Qualidade do Cuidado e da Segurança do Paciente (Sobrasp), baseados em informações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Muitos destes incidentes envolvendo segurança, tem a ver com pacientes se acidentando em ambiente hospitalar, por falta de itens básicos de segurança, como cintos de deambulação e contenção, pranchas de transferência, entre outros.
Sobre a distribuição de profissionais da área médica no território brasileiro
No que diz respeito às especialidades médicas, algumas áreas têm mostrado um crescimento expressivo. Em 2022, as especialidades de Clínica Médica, Pediatria, Cirurgia Geral, Ginecologia e Obstetrícia, Anestesiologia, Ortopedia e Traumatologia, Medicina do Trabalho e Cardiologia representavam 55,6% de todos os títulos no Brasil. Por outro lado, especialidades como Genética Médica, Medicina de Emergência e Radioterapia são vistas como oportunidades devido ao menor número de profissionais inscritos nos conselhos regionais.
Esses dados não apenas fornecem um panorama da situação atual da medicina no Brasil, mas também são essenciais para o planejamento e a implementação de políticas de saúde que visem a melhoria contínua do sistema de saúde brasileiro. A análise dessas estatísticas permite identificar tendências, desafios e oportunidades, contribuindo para a tomada de decisões informadas por parte de gestores públicos e privados, e para a valorização da medicina e a saúde da população brasileira.